A Desavença

Desavença surge quando dois olham em direções diferentes e as seguem para alcançar a mesma meta. O outro olhar, outra ambição e vontade envolvem a meta, como se um círculo amplo se fechasse em torno do mesmo centro. Por isso, a meta pretendida por duas pessoas em desavença acaba por parecer mais ampla, mais abundante, mais rica e sobrepuja em muito a cada um dos dois diferentes caminhos.

A questão agora é o que podemos e devemos fazer, quando nos sentimos assim, em desavença com outros? Devemos procurar a consonância para seguirmos juntos a mesma direção?  O que acontece então com a meta?

 Tal consonância tavez prejudique  a meta e, em nome de uma comodidade conformista, despoja-a da sua plenitude. Então, não somos nós que aproximamos da meta, mas, sim, a puxamos para mais perto de nós e ajustamos  a nós, ao invés de nos ajustarmos a ela. A verdadeira consonância não surge, pois, durante o caminho, mas somente ao atingir a meta.

Tendo esta consonância em mente, podemos suportar, calmamente a desavença dos caminhos. Outrossim, há uma consonância que nos une durante um caminho difícil, fortalece-nos para que sigamos corajosamente esse caminho. Essa consonância com alguns não anula a desavença com outros. Ainda assim, respeita a plenitude da meta. No entanto, faz com que a desavença com aqueles que querem chegar à meta por outro caminho seja mais suportável para nós.

Fonte: Bert Hellinger em “Liberados somos concluídos”

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